9 de julho de 2012

The Ordinary Spider-Man

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No início de 2011, quando foi anunciado que a Sony faria um reboot do Homem-Aranha, várias pessoas se animaram com a idéia de uma repaginada na história de Peter Parker. Depois de um terceiro filme de extremo mau gosto, que destoa completamente do restante da saga, várias pessoas acreditaram que não havia mais o que se fazer com aquele personagem interpretado por Tobey Maguire. Realmente, era possível se imaginar que coisas boas viriam por aí, principalmente depois do anúncio de Andrew Garfield interpretando Peter e de Marc Webb cuidando da direção.

O primeiro, vinha credenciado pela boa participação em O Mundo Imaginário de Doutor Parnassus além, é claro, da ótima interpretação de Eduardo Saverin no drama sobre o Facebook, A Rede Social. O outro tinha feito o sucesso indie que retrata perfeitamente os relacionamentos da geração Y, 500 Dias com Ela. No entanto, como nem tudo são flores houveram alguns percalços durante a realização de Amazin Spider-Man.

Primeiramente a escolha de roteiristas, sendo que James Vanderbilt, Alvin Sargent e Steve Kloves nunca haviam trabalhado juntos, o que dificulta na realização de um roteiro bem estruturado. Essa falta de uma estrutura mais bem definida acaba prejudicando na realização da história, havendo alguns pequenos tropeços na linearidade da história, principalmente no começo do filme. Há também o fator de alguns personagens de extrema importância terem uma pequena partipação, o que talvez não seja problema unicamente do roteiro. O destaque vai para a Tia May, que na trilogia original era uma das personagens mais bem constrúidas, aqui aparece apenas como a desculpa para algumas discussões entre o Tio Ben e Peter Parker. O desperdicío da grande atriz que é Sally Field, que inclusive já é ganhadora de dois Oscars como melhor atriz principal.

Além dos problemas no roteiro, há também a escolha de um vilão que não tem uma grande empatia para o público. Aliás, a escolha de Curt Connors como o vilão principal deve ser contestada, principalmente se levada em conta a escolha de Rhys Ifans para o papel. O galês tem sim alguns papéis emblemáticos no cinema, com destaque para o amalucado Spike de Um Lugar Chamado Notting Hill (um dos meus preferidos). No entanto, o ator não consegue empregar a loucura que as mudanças fisiológicas proporcionam ao personagem sem pararecer caricato. Inclusive há algumas passagens, onde o vilão delira com uma voz em sua cabeça como em um caso de esquizofrenia, onde ao invés de remeter ao trabalho de Willem Dafoe no primeiro filme de Sam Raimi, o ator acaba remetendo a situação do Prof. Quirrel - interpretado por Ian Hart - em Harry Potter e a Pedra filosofal.

Apesar da pouca utilização da personagem importante que é a Tia May e da péssima escolha de vilão que foi feita, o filme tem alguns aspectos realmente positivos. Dentre eles, o que mais se destaca é a atuação por parte do restante do elenco principal. A essência do Peter Parker, engraçado, inteligente e extremamente responsável é bem empregada por Andrew Garfield, principalmente na segunda parte do filme. O Tio Ben, que no primeiro filme aparece apenas para proferir a famosa frase "grandes poderes trazem grandes responsabilidades", aqui mantém uma sabedoria ainda maior e tudo isso potencializado pela atuação do grande Martin Sheen que é o destaque de todos esse cast.

Os representantes da família Parker são sim o grande destaque do filme, mas não há como deixar de lado a família Stacy que também aparece muito bem no filme. Emma Stone tem a melhor atuação de sua vida, dividindo esse posto com Easy A, com destaque para a cena em que ela está presa no armário, magnífica. Outro que merece destaque é o Capitão Stacy, que consegue demonstrar bem a dualidade entre o pai de família e o policial durão, principalmente na última cena em que participa.

Por fim, O Espetacular Homem-Aranha não passa de um filme bom, quando o que realmente se esperava era um desses grandes filmes de heróis que tem aparecido a cada ano. Marc Webb pareceu dominado pelos produtores e filmou diversas partes mais preocupado nos efeitos em 3D do que na realização de um filme de autor, como o seu primeiro parecia ser. Esperemos pelo que virá com a continuação, que deve finalmente mostrar um vilão um pouco mais consistente e um roteiro mais fechado, escrito por Roberto Orci e Alex Kurtzman, companheiros de longa data.

Nota: 6,5 (Consumir com muita pipoca)

Um comentário:

  1. Oie!!!1 Adorei a resenha, ficou muito boa!!
    Eu li uma crítica em outro site sobre o filme em sim, mas sem comparações com a primeira trilogia e diz basicamente a mesma coisa: um bom filme, mas não grandioso como as outras produções de super heróis da marvel.
    Muito elogios por parte das atuações de Andrew e Emma, mas não passa disso.

    Pra falar a verdade é um filme que eu não estou nem um pouco afim de gastar meu dinheiro e sair de casa para ir no cinema assistir.

    Beijos!

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